Este post tem umas três partes que poderiam ter sido postadas separadamente, mas acho que não é assim que a gente funciona... então vai junto mesmo. :)
Eu sou fã de livros de bolso, os pocket books como os da L&PM Pocket e da Martin Claret. De certa forma, dá pra se argumentar que os pocket books são os precursores dos netbooks que estão invadindo o mercado hoje em dia, já que desde a segunda guerra os pocket books se tornaram sinônimo de informação com mobilidade, praticidade e preço baixo. Numa época em que os livros eram feitos em encadernações luxuosas, pesadas e caras (veja como se presta a representar notebooks tradicionais), de repente surgiu a idéia de criar livros mais simples e baratos para a população de baixa renda (OLPC, anyone?). Com o tempo, a popularização dos pocket books foi tão grande que qualquer banca de revistas os tinha à venda (Mobo nas casas Bahia e assemelhadas?), e então começaram a surgir as coleções de pocket books "de luxo", com uma encadernação mais refinada, porém ainda simples, e papel mais branco e resistente (com certeza quem leu até aqui consegue visualizar MSI Winds, Acer Aspire Ones e Mobo Whites da atualidade).
Acho que o papel dos livros de bolso na disseminação da cultura e da educação (instrução?) têm o mesmo papel que os netbooks carregados de software livre hoje em dia. O bom é que os livros de bolso não precisam de bateria e têm cheirinho de livro! Quer saber o que me dar de natal? Faça random(400) e me dê o livro de bolso com o número sorteado da coleção "A Obra Prima de Cada Autor" da Martin Claret. :D
Há algumas semanas eu e a Fran estávamos no ótimo Café Brasiliano, aqui em Chapecó, e lá tem estandes tanto da Martin Claret quanto da L&PM (é uma cachaça). Enquanto tomávamos café, eu percebi dois livros bem interessantes: Fábulas de La Fontaine (nº 200) e Fábulas de Ésopo (nº 182). Ambos possuem um pouco da história das fábulas, dos seus autores, e uma explicação a cerca do gênero literário que geralmente se encontra passando por fábula. É interessante saber que inicialmente poucas fábulas eram escritas para crianças, ao contrário do que se pensa. A grande maioria das fábulas se prestava a transmitir algum conhecimento moral ou simples experiência de vida para adultos se tornarem também menos obtusos (e na verdade, algumas me parecem puramente manipulação da massa iletrada).
A fábula é um misto de conto, provérbio e poema. Sempre tem uma lição de moral, mas para transmitir a lição faz uso de uma narrativa (se não tivesse a narrativa seria um provérbio). A narrativa pode ser em prosa (conto) ou em verso (poema). Um dos aspectos mais interessantes é o universo ilimitado dos personagens, já que na fábula tudo tem vida. Se fossem apenas narrativas sobre humanos com uma lição de moral, seriam parábolas. ;-) Mas na fábula se pode ver um musgo conversando com uma pedra, ou um deus e um mortal, ou ainda um pássaro, uma raposa e uma roseira. Essa liberdade faz com que o formato seja reconfortante, por nos levar de volta a um universo infantil e fantasioso, e até surpreendente, já que nunca imaginamos quem (ou o quê) mais sairá do plano dos objetos e se tornará sujeito de alguma ação para daí dar um sentido mais profundo para a narrativa (a "moral da história").
Pois bem, e o título desse post, afinal, o que significa?
Tenho lido várias fábulas de Ésopo e de La Fontaine, e um dia arrumando as caixinhas de CDs do OpenBSD na estante, de repente me caiu uma ficha daquelas: faz anos que os caras do OpenBSD vêm contando pequenas fábulas em cada uma das suas edições! A cada edição vem uma historinha no encarte da caixinha, contando com personagens (que são animais) um pouco do que aconteceu no projeto e no mundo do software livre nos meses anteriores à edição.
De repente me deu uma baita vontade de criar pequenas histórias nesse formato, usando personagens que representem projetos de software livre e outros players do mundo Unix em geral, de forma a divertir e informar (ou confundir) os leitores. Aí se fez necessário criar um pseudônimo para assinar essas histórias, e surgiu o Esopix. :D
Esopix foi um admirador do mundo Unix que viveu no final do século XX e início do século XXI e, temendo que as gerações mais novas pudessem esquecer as lições do passado, passou a documentar passagens que representassem a essência daquilo que "os antigos" aprenderam desde os tempos imemoriais. Ele não era muito experiente, e nem tudo o que ele escrevia era verdadeiro ou mesmo correto, mas pelo menos ele tentou deixar um legado em prosa ou verso das lições mais importantes que havia aprendido.
Espero que gostem do resultado... :)
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