Fazia tempos que eu queria "cometer" algo parecido com isso. Quem usa protoboards pra montar circuitos divertidos ganha muito em agilidade e mobilidade, principalmente pra quem fuça em arduinos, garaginos (meu preferido pra protoboard) e outros inos. Por outro lado, sempre existe o desconforto de andar com uma fonte pra alimentar o circuito à partir da tomada, ou adaptadores de pilhas e outras incomodações. Não seria ótimo se a própria protoboard pudesse ter baterias embutidas, que fornecessem energia pro nosso projeto? Fica muito mais fácil, inclusive pra carregar o projeto na mochila e demonstrar onde for necessário de forma imediata.
Pois bem, hoje eu estava testando um projetinho simples pra configurar e testar o ambiente arduino do Fedora (sudo yum install arduino, pronto), e novamente fiquei de olho em umas baterias velhas de celular que estavam guardadas junto com outras tranqueiras. Dessa vez eu pensei: "quer saber, essa gambiarra vai sair é hoje!". No fim nem ficou tão feio :-), eu só tive um pouco de medo que as baterias aquecessem demais e estragassem na hora em que eu soldei os fios. Pra ficar uma coisa robusta e com boa capacidade, eu soldei duas baterias de 3.7V e 1000mAh em paralelo, colei-as (com fita adesiva mesmo) na parte de baixo da protoboard, e puxei os fios com jacarés através de um dos furos para bornes de alimentação, de forma que fica fácil plugá-los nos bornes que sobraram. A minha idéia original era colocar os fios ligados direto nos bornes, com um interruptor pra ligar, mas não achei um interruptorzinho decente nas minhas sucatas aqui. Por enquanto vai de jacaré mesmo. Inclusive com os jacarés fica fácil plugar no carregador universal de baterias que vou usar nelas.
Elas por enquanto estão fornecendo 4.1V, o que é mais do que suficiente pra alimentar o garagino, que pode receber de 1.8V a 5V. Com os 2000mAh resultantes, acho que ele vai alimentar circuitos simples por alguns dias. :-) Quando der eu faço um teste de deixar um circuito alimentado pelas baterias e cuido até quando ele aguenta. Bem que as fabricantes de protoboard poderiam criar produtos assim, com alimentação embutida (em baterias, nada de fontes que precisem de tomada) e regulada de 3.3V e/ou 5V. Aliás, eu acho que enviei uma sugestão dessas pra ICEL, há algum tempo. Pelo menos isso é o tipo de coisa eu eu faria, hehehe. Não vou abrir uma empresa pra fazer baterias plugáveis em protoboards, porém eu certamente compraria se alguma empresa as fizesse. :-)
Infrequent thoughts about Technology, and sometimes about Consciousness and its infinite forms of expression.
Sunday, February 23, 2014
Wednesday, February 19, 2014
Ótimo livro: CODE do Charles Petzold
No início de janeiro eu estava pra sair de férias, e perguntei para os meus colegas que livros eles sugeriam para ler. Queria alguma coisa técnica porém leve, que fosse menos bit e mais história. A sugestão do mestre Rafael Aquini não poderia ter sido melhor: CODE, do Charles Petzold. Ao terminar de ler o livro eu cheguei à conclusão que lê-lo equivale a ter nascido na década de 70 e estudado computadores de 8 bits. Sério, é muito bom mesmo!
Vale muito a pena mesmo para quem já domina o lado técnico, pois a contextualização histórica que ele apresenta, na medida certa, enriquece a compreensão de qualquer um a cerca dos bits e seus significados. Não tem como ler este livro e não enxergar os bits. Eles estão lá, nus e crus, esperando que o leitor os apreenda, e de repente toda a computação digital faz sentido.
Você sabia que as raízes da computação binária remontam ao século 19? Os bits são os mesmos, só mudou o substrato. A grande sacada veio no início do século 20, com o Claude Shannon, usando tecnologia de telégrafos do século 19. Eu já tinha lido alguma coisa dele quando estudei algoritmos de compressão, mas agora compreendo o papel muito mais fundamental que ele teve na Grande Sacada de unir no sistema de numeração binário a aritmética, a lógica e a sua expressão automatizada por meio de circuitos elétricos (na época eletromecânicos). A partir daí a tecnologia só se miniaturizou e se tornou mais rápida, mas o princípio é o mesmo.
Claude Shannon agora figura entre Ken Thompson, Dennis Ritchie, Donald Knuth e muitos outros no meu panteão pessoal da Computação. :-)
Vale muito a pena mesmo para quem já domina o lado técnico, pois a contextualização histórica que ele apresenta, na medida certa, enriquece a compreensão de qualquer um a cerca dos bits e seus significados. Não tem como ler este livro e não enxergar os bits. Eles estão lá, nus e crus, esperando que o leitor os apreenda, e de repente toda a computação digital faz sentido.
Você sabia que as raízes da computação binária remontam ao século 19? Os bits são os mesmos, só mudou o substrato. A grande sacada veio no início do século 20, com o Claude Shannon, usando tecnologia de telégrafos do século 19. Eu já tinha lido alguma coisa dele quando estudei algoritmos de compressão, mas agora compreendo o papel muito mais fundamental que ele teve na Grande Sacada de unir no sistema de numeração binário a aritmética, a lógica e a sua expressão automatizada por meio de circuitos elétricos (na época eletromecânicos). A partir daí a tecnologia só se miniaturizou e se tornou mais rápida, mas o princípio é o mesmo.
Claude Shannon agora figura entre Ken Thompson, Dennis Ritchie, Donald Knuth e muitos outros no meu panteão pessoal da Computação. :-)
Thursday, February 13, 2014
Semeando perguntas
Acabo de voltar bem energizado do segundo dia de Capacitação Docente na UNOESC, totalmente convencido de que uma das coisas que mais gosto de fazer é ensinar, explicar, desmistificar. Durante o mestrado na UFRGS, em 1998 e 1999, tive uma curta experiência docente na UCPel, onde me formei em Ciência da Computação. Depois disso, fui para a "indústria" e desde então tenho apenas apresentado palestras, talvez ministrado pequenos cursinhos aqui e ali (que já nem lembro bem), e, claro, ajudado muita gente por email e IRC através do TcheLinux e do OeSC-Livre. Mas hoje vejo que a prática do ensino e o ambiente universitário estavam me fazendo falta.
Vou ministrar a disciplina de Introdução ao Hardware, no primeiro semestre do nascente curso de Engenharia da Computação da UNOESC Chapecó, e também ministrar uma disciplina sobre a pilha de redes do kernel Linux, no curso de Pós-Graduação em Administração de Redes da UnC em Concórdia. Estou muito feliz e motivado, e agradeço muito aos colegas Jackson Laskoski e Tiago Zonta por me darem estas oportunidades. :-)
Num momento da capacitação se falou sobre usar perguntas, e lembrei de uma prova de Arquitetura de Computadores que eu apliquei há muitos anos lá na UCPel. No rodapé da prova, eu escrevi para os alunos: Nunca abandone a dúvida, pois quem motiva é a pergunta, não a resposta. Alguns anos depois eu assisti ao filme The Matrix e fiquei alguns momentos me sentindo inteligente :-), ao ver a cena em que a Trinity cochicha para o Neo: It's the question that drives us, Neo.
Esta noite me veio à cabeça uma versão mais ambientada ao Oeste Catarinense: Assim como na colheita, reserve um pouco das suas respostas para semear novas perguntas. É isso aí alunado! Será um prazer enchê-los de perguntas, e ajudá-los a transformá-las não apenas em respostas, mas em mais e melhores perguntas para o próximo plantio!
Vou ministrar a disciplina de Introdução ao Hardware, no primeiro semestre do nascente curso de Engenharia da Computação da UNOESC Chapecó, e também ministrar uma disciplina sobre a pilha de redes do kernel Linux, no curso de Pós-Graduação em Administração de Redes da UnC em Concórdia. Estou muito feliz e motivado, e agradeço muito aos colegas Jackson Laskoski e Tiago Zonta por me darem estas oportunidades. :-)
Num momento da capacitação se falou sobre usar perguntas, e lembrei de uma prova de Arquitetura de Computadores que eu apliquei há muitos anos lá na UCPel. No rodapé da prova, eu escrevi para os alunos: Nunca abandone a dúvida, pois quem motiva é a pergunta, não a resposta. Alguns anos depois eu assisti ao filme The Matrix e fiquei alguns momentos me sentindo inteligente :-), ao ver a cena em que a Trinity cochicha para o Neo: It's the question that drives us, Neo.
Esta noite me veio à cabeça uma versão mais ambientada ao Oeste Catarinense: Assim como na colheita, reserve um pouco das suas respostas para semear novas perguntas. É isso aí alunado! Será um prazer enchê-los de perguntas, e ajudá-los a transformá-las não apenas em respostas, mas em mais e melhores perguntas para o próximo plantio!
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