Sunday, June 30, 2013

Testando Internet móvel no Fedora: que barbada!

Talvez não seja novidade para quem estiver lendo, mas certamente foi uma surpresa pra mim. Fazia tempo que eu queria comprar um modem 3G para usar em viagens ou emergências, porque meu celular (Motorola Defy) já está meio velho e apresentando alguns problemas bizarros, então não dá pra depender dele como modem pro laptop. Hoje comprei um Huawei E303C (avulso, numa lojinha da Vivo, por 98 reais), e me surpreendi ao ver que na caixinha dele dizia que o Fedora era um dos sistemas suportados. Foi só plugar e usar mesmo, nem precisou instalar nada. :-)

Na verdade essa foi a conclusão de uma história que começou há bastante tempo, quando passei algumas horas incomunicável no aeroporto aqui em Chapecó. Sempre que estive no aeroporto usei a WiFi grátis sem nenhum problema, então há algum tempo eu planejei ir bem cedo pro aeroporto e trabalhar de lá mesmo, antes de uma viagem ao meio-dia. Ia facilitar muito a "logística familiar" se eu fosse mais cedo, e eu sabia que podia contar com a WiFi. Infelizmente aquela manhã não foi assim tão fácil.

Cheguei no aeroporto por volta das nove, e fui direto tomar um espresso, para só depois ligar o laptop. Liguei e vi que haviam duas WiFis abertas, sorri e selecionei uma delas pra começar a trabalhar. Conectou e nada, não trafegava um pacotinho sequer. Achei estranho e selecionei a outra. Demorou uns segundos a mais, mas conectou. Novamente, não comunicava com lugar nenhum. Perguntei para algumas pessoas das companhias aéreas, e me avisaram que as duas WiFis de cortesia estavam com problemas, e que seus links seriam restaurados à tarde.

"Ainda bem que tenho Internet no celular", eu pensei. Não é rápido, mas dá pra ler os emails e tal. Peguei o celular na mochila, e a TIM estava completamente sem sinal. Nesse momento começou a dar um leve nervosismo. Caminhei um pouco pelo aeroporto, na rua, por tudo, parecendo um maluco segurando o celular às vezes mais alto, às vezes mais baixo, e nada. Lá pelas tantas notei que outra pessoa estava fazendo um ritual parecido, e confirmamos que a TIM estava quebrada naquela região naquela manhã.

"Ainda bem que tem chip GSM pra vender em qualquer canto", eu pensei, sempre otimista, e realmente tinha. Comprei um chip da Vivo, de cujo sinal sempre ouvi falar bem por aqui. O chip vinha com uns 8 ou 9 reais de créditos, e imaginei que eu conseguiria habilitar algum plano simples de Internet nem que fosse só praquele dia. Depois de alguns torpedos pra configurar e habilitar tudo, vi que precisava colocar mais créditos para poder habilitar o uso de Internet. Não tinha recarga pra vender no café, onde eu tinha comprado o chip, e em nenhum outro lugar do aeroporto.

Tentei então fazer recargas usando o cartão de crédito, e percebi que eu tinha que cadastrar o cartão num dia pra usar no outro, e ligando para o atendimento da Vivo também não tinha muito o que fazer. No fim, joguei o tal chip na mochila e esqueci dele. Simplesmente aceitei que estava de "folga forçada" naquela manhã, e fui tomar mais um café.

Depois, dias mais tarde, acabei conseguindo colocar mais créditos e habilitar um plano de Internet pré-pago, mas o meu celular não quis colaborar no dia em que testei e não funcionou nada. Vi que meu laptop tinha um slot pra colocar um chip GSM, e coloquei o chip ali pra ver se habilitava algum modem interno. Nada, era só o slot, estava faltando o modem. Tentei até colocar um modem interno de outro laptop antigo dentro dele, mas o bichinho não gostou e nem bootava com aquela plaquinha lá dentro. Puro preconceito digital, o ThinkPad só gosta de algumas marcas de modem 3G nas suas entranhas. No fim deixei o tal chip numa gaveta e esqueci dele, e essa foi a minha frustrante tentativa de usar Internet móvel. Até hoje.

Como vou viajar pro FISL na semana que vem, me voltou a preocupação de ter algum tipo de Internet móvel para poder pelo menos ler emails e realizar tarefas básicas em qualquer situação. Casualmente indo almoçar no shopping passamos por uma lojinha da Vivo, e na vitrine haviam vários modelos de modems, então lembrei da história toda. Comprei um modem Huawei E303C, por 98 reais, e fiquei feliz ao ler que Linux era suportado. Eu imaginava que seria tranquilo, mas fiquei ainda mais tranquilo ao ler que havia sido testado com Fedora.

Ao chegar em casa, achei aquele velho chip da Vivo, pluguei no modem, e espetei o modem no laptop. O negocinho piscou verde um pouco, depois piscou azul um pouco, depois a luzinha ficou ligada azul ciano. Olhei no manual do modem e isso significava que estava conectado à rede 3G+. "Nossa!", eu pensei. Cliquei no ícone de redes do Fedora, e realmente indicava ali que já estava conectado na rede da Vivo. "Isso é mágico!", eu fiquei pensando, até lembrar que eu já havia configurado o perfil da Vivo nas tentativas dos meses anteriores. "OK, não é tão mágico, mas é fácil demais" foi a minha conclusão. :-) Alguns testes (git pull no repo do linux) indicaram que estava comunicando a alguns megabits, então estava ótimo pra primeira tentativa, e só plugando o modem sem clicar em nada.

Nisso lembrei que a Oi havia me enviado um chip GSM há muito tempo, conjugado com o meu Oi Fixo, e obviamente pensei em testar ele no modem também. Botei o chip da Oi no bichinho e pluguei de novo, e de novo piscou verde, depois ficou piscando azul um tempo. Eu cliquei no ícone de redes e vi que não tinha conectado ainda. Cliquei então nas configurações de rede, e vi que poderia adicionar uma rede móvel. Cliquei nessa opção, escolhi o país e a rede Oi, e pronto, conectou. Ficou oscilando entre 3G+ e 3G normal, mas navegou muito bem (git pull no linux-stable rolou tranquilo, mas não lembro quantos megabits).

Aí pra completar a noite de testes, saquei o velhíssimo chip TIM do meu celular, e pluguei no modem. Novamente fui nas configs de rede e selecionei Brasil e rede TIM, e pronto: conectou. Neste caso a TIM ficou só em 2G, mas funcionou. Git pull em outro repo veio a alguns KB/s apenas, bem sofrido, então essa vou deixar pra emergências quando nenhuma das outras duas funcionarem.

Enfim, o resultado é que agora tenho não apenas um, mas três links de backup pra situações em que não tenha uma rede comum, wired ou WiFi, disponível. E o Fedora já tinha tudo pronto pra conectar em todas elas, de forma fácil e descomplicada. Alguém ainda acha que Linux é difícil de usar? Fala sério! :-)

Friday, June 07, 2013

Palestra na Semana Acadêmica da Ciência da Computação na URI Erechim

Ontem a noite tive o prazer de apresentar uma palestra pela primeira vez na URI Erechim, participando da Semana Acadêmica do curso de Ciência da Computação. Falei sobre Software Livre e Inovação Tecnológica, abordando um pouco da história do Software Livre, quais são as empresas e instituições que usam (na verdade mostrando que todo mundo usa), e depois entrando na questão da qualidade do Software Livre e finalmente chegando no tópico final de Inovação baseada em SL.

A única coisa inesperada foi que meu laptop ficou sem bateria e se desligou antes de eu terminar a palestra (oops!:-). Acho que o projetor (ou o negócio USB de passar slides) sugou muita energia, sei lá. Anteriormente já apresentei duas palestras no mesmo dia sem ligar na tomada, e a bateria aguentou na boa. Mas tudo bem, segui tranquilo conversando com os participantes e tudo fluiu bem. :)

Aproveitei para falar sobre o Projeto Fedora e distribuir DVDs Live do Fedora 18. Procurei salientar a ênfase do Fedora em inovação, falar sobre todas as funcionalidades que temos no sistema, e um pouco do que vem no Fedora 19. Eu acho que o pessoal gostou, no final quase todos vieram pegar um DVD. No total foram distribuídos 54 DVDs para os participantes, e o Prof. Alexandro ficou com mais 20 para distribuir para outros alunos interessados nos próximos dias.

Fica aqui o meu agradecimento aos Profs. Fábio Zanin e Alexandro Adário pelo convite, pela hospedagem, pelo presente ao final da palestra e, claro, pela ótima oportunidade de conversar com seus alunos. Quando for possível eu volto, talvez para falar mais sobre o Projeto Fedora e sobre como participar dele.